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domingo, 20 de fevereiro de 2011

O dia em que dois colunistas achincalharam eleitores, Justiça Eleitoral, Congresso, Poder Executivo e o Supremo Tribunal Federal



Por Carlos T. Moura

Aconteceu num sábado, 19 de fevereiro de 2010.

O colunista político do Globo, Merval Pereira, e o blogueiro Augusto Nunes, da revista Veja, sob o ímpeto de uma revolta contra a eleição do deputado João Paulo Cunha para presidente da Comissão de Justiça da Câmara de Deputados, fizeram, à sua maneira, uma das maiores afrontas ao estado de direito do país.

Desqualificaram instituições, desconheceram trâmites da justiça, zombaram de eleitores e decidiram condenar publicamente um político antes da suprema corte se pronunciar.

Desprezaram a eleição legítima de um deputado federal, com 255 mil votos. Na enxurrada, omitiram a diplomação do mesmo na Justiça Eleitoral.

João Paulo Cunha foi denunciado no esquema do “mensalão”. Ou seja, já é culpado!

Quanto ao poder executivo, não é preciso dizer, repetiram o papel serviçal que exercem a mando de seus patrões.

Merval Pereira, no artigo “Manobra petista”, munido do argumento de que o fato é um menosprezo à opinião pública (sem se sustentar em nenhuma pesquisa, ou seja, só na opinião dele), enlameou a Câmara dizendo que “ela não tem mais força moral para impedir gestos que a desmoralizem”.

A seguir, chamou a indicação do deputado de “manobra petista para constranger o STF no julgamento do mensalão que se avizinha”.

Ou seja, tratou o Supremo Tribunal Federal como uma instituição factível de se influenciar pela força de um partido, num desafio nítido, cristalino, à imparcialidade de seus ministros.

Que o jornalista não goste do governo eleito – como não gostou do anterior – é um direito seu, no campo democrático da crítica. Que faça disso um argumento para decidir sobre culpabilidade, antes que a justiça se pronuncie, é um acinte aos poderes judiciais. Enquadrou o STF, insinuando que a suprema corte do país age aos ventos da força do Executivo.

Com a mesma voz, mas com uma rouquidão diferente, Augusto Nunes, em seu blog da revista Veja, termina seu texto dizendo “ O governo e o Congresso tentam constranger o STF com a absolvição simbólica dos mensaleiros”. Arvorando-se em paladino do bem e dos costumes,também enquadra a suprema corte com a afirmação de que “ a maioria dos ministros sabe que, se os chefões da quadrilha forem absolvidos, o STF terá optado pela rota do suicídio. Os partidários da capitulação precisam ouvir a voz do país que presta: se o Supremo avalizar a falácia segundo a qual o mensalão não existiu, o Judiciário deixará de existir como poder independente”.

O país que “presta!” é o da ficção que ele escolheu. O país de verdade, dos 56 milhões que elegeram Dilma, o do andaime e do guindaste, ele não conhece, preso no gabinete de onde vocifera.

Então: ao se referir a “ chefões da quadrilha”, já se antecipa a um julgamento, abusando inclusive de sua forma forma chula e rancorosa de escrever. E não deixa por menos a arrogância: se o Supremo Tribunal Federal não decidir à maneira dele, “deixará de existir como poder independente, entrará em rota de suicídio”.

Confesso que, como leitor de jornais e acompanhando política desde a puberdade, nunca li um delírio lacerdista desse porte.

O mosqueteiro que presta serviços à família Civita – e isso ele nunca poderá argumentar ser um insulto, já que trabalha para o grupo Abril e dele recebe seus salários - é corajoso porque tem por trás a força de um grupo editorial.

A ponto de ameaçar em seu blog os que dele discordam, com ações judiciais, publicando endereços de e-mails e “IPs” de seus desafetos.

Não faço aqui a defesa de envolvidos em “mensalões’, “falcatruas, “ bandidagens”. Também estou às voltas com o entendimento detalhado do que aconteceu na época da circo armado para derrubar Lula. Faço-o sem a influência de uma imprensa viciada. Não condeno só com base em indícios.

Escrevo pensando na maioria dos que escolheram a continuação de um governo que lhes fez bem. Não em nome deles, longe dessa pretensão.

Mas não acho certo alguns escribas contratados continuem, em nome de seus patrões, e com a força de seus veículos, ditando a verdade que lhes convêm nos espaços influentes que monopolizam.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O que faz de Cataguases, Cataguases

Praça Santa Rita - Cataguases/MG
Esta semana, Carlos Moura lembrou de seu sobrinho Roberto, num comentário em que falava do novo DVD de Dona Ivone Lara. Remexendo emails antigos, achei a crônica abaixo, escrita em 2005 pelo mesmo Roberto, em que fala da abertura do Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa, o Cineport, realizado em Cataguases no mesmo ano.
Nem preciso dizer que vale muito à pena relembrar...


O que faz de Cataguases, Cataguases - Roberto Moura

Em pé, na terceira fila dos espectadores do balé que abriu
e encerrou o I Cineport, em Cataguases, na semana passada,
olhando aqueles jovens que transformavam o gesto e o movimento
em arte e risco (e quem não temeu por aquelas evoluções
próximas à torre da Igreja de Santa Rita?), só uma questão
se me afigurava inarredável: que mistério explica essa vocação
artística e cultural de uma cidade na Zona da Mata mineira,
ao pé do Rio Pomba?
 
Era domingo à noite. Por que aquelas mais de mil pessoas
amontoavam-se na velha praça enfeitada pelo mural de Djanira
para se emocionarem com o balé mantido pela Fundação Ormeo
Botelho, a mesma que produziu o festival afro-luso-brasileiro
de cinema? Em centros muito maiores, o povo está, no mesmo
horário, acabando o domingo diante do Fantástico. O que faz,
enfim, de Cataguases, Cataguases?
 
Ando pela praça. Cruzo com o indomável Paulo César Saraceni.
Mais cedo, na feirinha, já encontrara Nelson Pereira dos Santos.
Na festa de encerramento, o congraçamento, com Tarcísio Vidigal,
Jom Tob Azulay. Depois, o encontro com os filhos da terra, os
que estão lá, como o poeta Ronaldo Werneck e o publicitário
Antonio Jaime Soares, e os que a ela tornam sempre, como Carlos
Torres Moura, ator do cult O anunciador - o homem das tormentas
(todo rodado lá), e o jornalista Acir Vidal. Nas andanças, a
alegria de perceber o prazer com que voltejam em volta da praça
os convidados portugueses e africanos de várias culturas. Nos
bastidores, conta-se que os angolanos aproveitaram a viagem
para tratarem dos dentes com os odontólogos do lugar, mas o
resultado do I Cineport informa que eles vieram mesmo foi
para ganhar o festival, com Na cidade vazia, de Maria João
Ganga.
 
Filho de miraiense cuja família migrou quase toda para
Cataguases, agrada-me fazer parte indiretamente dessa terra
abençoada. Também a ela volto sempre - e com um prazer que só
não é maior que a emoção. Junto com a Praça Onze, aquele povo
em torno do Meia Pataca ocupa minhas mais diletas lembranças
- e gosto de saber que não estou sozinho nisso. Sim, para
cada cataguasense (e sou quaseguasense), é como se Humberto
Mauro, o pessoal da revista Verde, a Eva Nil, o Rosário
Fusco, Lúcio Alves, o pessoal da poesia-concreta, a minha
rapaziada do Cineclube Serguei Eisenstein, a Maria Alcina,
e os mais novos que chegam, o Luiz Ruffato e o Ronaldo
Caggiano, fossem da família. Sem contar os que construíram
por outras vias laços  indeléveis com o lugar - e aí podemos
citar de Ary Barroso a Villas-Bôas Corrêa, de Patápio Silva
a Dori Caymmi e Chico Buarque.
 
Família grande a que se juntam agora esses rapazes e moças do
balé e a Mônica Botelho, desvairada o bastante para acreditar
na cachoeira do cinema que começa em Mauro.
  
PUBLICADO NA COLUNA DO ROBERTO MOURA NA TRIBUNA DA IMPRENSA 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pitacos do Mourinha


Por Carlos T. Moura




Em pele de cordeiro?

Austeridade para todos

"A presidente Dilma Rousseff amparou-se em argumentos sólidos e claros para impedir que o reajuste do salário mínimo ultrapassasse o limite dos R$ 545,00. Para começar, a quantia foi fixada no acordo celebrado com as centrais sindicais, e acordos existem para ser cumpridos. Mais: como acaba de anunciar um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, o governo se concederia um atestado de irresponsabilidade caso concordasse com qualquer mudança que ampliasse perigosamente o rombo já assustador da Previdência Social.

Ao enquadrar pelegos sem palavra e aliados sem compromisso com a seriedade, Dilma Rousseff também revogou a falácia segundo a qual o Executivo sempre se dá mal quando resolve bater de frente com parlamentares insatisfeitos. Todo presidente eleito nas urnas, sobretudo no início do mandato, tem cacife de sobra para induzir a maioria governista a criar juízo.

Como os políticos se concedem vantagens absurdas, como a curva dos gastos públicos atesta a vocação perdulária dos governos, a discussão sobre o valor do mínimo costuma deixar o campo da racionalidade para cair no pântano do emocionalismo insensato. Já que os ganhos dos que governam são abusivos, argumentam equivocadamente incontáveis brasileiros, por que agir com prudência só na hora de reajustar o salário mínimo?

O certo é dizer não a qualquer tipo de gastança irresponsável. O brasileiro precisa aprender que é ele quem paga todas as contas. Também precisa aprender, de uma vez por todas, a respeitar acordos, regras e leis. A vida previsível pode ser menos emocionante. Mas também é bem menos perigosa."

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Sabem de onde foi tirado o texto aí de cima? Do blog do Paulo H. Amorim? Do Rodrigo Vianna? Da CartaCapital?

Neca. Pasmem: saiu do "Ponto de vista", editorial da revista veja, no blog dela, hoje, 17 de fevereiro. O que será que significa essa declaração de amor a Dilma em tom solene?

E o mais engraçado de tudo: o estilo é o do Augusto Nunes, escarrado e cuspido. Ou seja: querem que eu escreva contra ou a favor?


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Acho que não veremos mais as crises existenciais de Paul Weston

A série de tv do HBO "Em terapia" (In treatment) encerrou sua terceira temporada, há cerca de dois meses, nos EUA.

E parece que acabou de vez. Uma lástima.

Conheci-a através de um artigo do crítico Sérgio Augusto, no Estadão, que cantava-lhe loas e lantejoulas de obra-prima, com referências até aos filmes de Ingmar Bergman.

Confere. É hipnotizante, especialmente a primeira temporada. Os episódios se passam quase o tempo inteiro dentro do consultório do dr. Paul Weston (Gabriel Byrne), um psicanalista humano da cabeça aos pés que se envolve emocionalmente com todos os seus pacientes.

Ali foi revelada a australiana Mia Wasikowska, a garota que Tim Burton depois fisgou para viver sua Alice. Atriz excepcional. O elenco todo foi afiadssímo, nas três temporadas, mas há que se enfatizar o trabalho contido, em gestos e expressões, de Byrne. Fazendo o psicoterapeuta. Sem contar que sua supervisora, em dois períodos, foi a Dianne Wiest. Aquela atriz que Woody Allen adorava e que, na série, deu um tom britânico, tipo Judi Dench, ao papel. Mesmo sendo americana da gema.

"Em terapia" confirma o vaticínio de inúmeros críticos: o grande cinema americano já abandonou Hollywood há séculos. Passou para as salas dos lares, notadamente através das produções extraordinárias do (ou da) HBO. Batendo quase na altura desta, pelo menos duas outras do canal me deixaram boquiaberto e fizeram com que varasse as madrugadas, devorando suas impecáveis temporadas em dvd: "Família Soprano" e "A sete palmos".

A terceira do "terapia" é outra obra-prima de delicadeza e de aprofundamento nos relacionamentos humanos. Dois personagens, além de Paul, é claro, me deixaram de queixo mole - o indiano Sunil (Irrfan Kahn, outra tremenda revelação) e Adele, a terapeuta em que Paul tenta se agarrar para salvar-se de seu inexorável naufrágio existencial. E por quem ele se apaixona.

Há uma "trivia" rica na série. O original veio de um sucesso na tv de Israel. O principal produtor executivo, roteirista da maior parte dos episódios e diretor de vários é Rodrigo Garcia. Filho do Gabriel Garcia Marques.

Um dos diretores (e também produtor) é Paris Barclay. Gay assumido (e casado), é um respeitado diretor negro de séries e de vídeos musicais.

Por fim, um dos principais roteiristas é o israelense Nir Bergman. Tudo a ver com o xará sueco.


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O Sherlock de araque dos comentários políticos

(a única semelhança com o Clouseau é o bigode; o inspetor da Pantera cor de rosa era furos mais inteligente do que Merval)


Meus amigos Jards Santos e Flávio Sereno me perguntaram hoje se eu havia lido o Merval falando da votação do mínimo.

Ainda não , mas fui ler. O zumbi excrementório dos marinhos repete suas agruras, agora chamando Mantega e Dilma de irresponsáveis fiscais e destilando seu vomitório diário.

A única coisa que pude fazer foi postar um comentário , através do blog do Noblat. Tenho a esperança de que ele leia - e morda os lábios com raiva, como fez uma vez comigo numa resposta por e-mail. A transcrição é esta:

"Merval prova aqui que a liberdade de imprensa no Brasil é a ideal, ou seja, não tem limites. Ele se sente à vontade para acusar o ministro da Fazenda e a presidente de "irresponsáveis fiscais", porque sabe que vai ficar por isso mesmo. Não há direito de resposta nos jornais brasileiros que, quando processados, sempre se safam.
Nossa justiça parece ter medo dos jornalistas e os leitores das zonas sul e azuis do país só querem ouvir a voz dos que lhes apoiam o ódio a qualquer programa ou atitude que não for benéfica à sua classe.
Vejam como ele se faz de bobo - ou é bobo mesmo - quando diz que há uma "farsa" que tenta transformar um governo de continuidade em um de ruptura.
Ora, Pereira! O governo dagora é o mesmo de ontem, ou você achava que a Dilma ia passar a te dar a confiança que Lula nunca te deu? "












Frase do Dia... (17/02/2011) ... e da noite.

"Para tentar desconstruir o ex-presidente Lula, os que diziam que a presidente Dilma Rousseff era um poste a transformaram em rainha da governança

Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pitacos do Mourinha


Por Carlos T. Moura






O nascimento de uma nação: o PT no Youtube

Um programa Canal Livre inteiro, de 1981, rola de graça no Youtube. Oportuníssimo.

No momento em que o PT faz 31 anos e Lula deixa o governo, uma entrevista em oito(!) partes com o ex-presidente falando de si e do partido recém fundado.

Na tela , um Lula na flor da mocidade e gente como Flávio Rangel e Hélio Pellegrino.

Além do Suplicy, tinindo de novo. No comando, o melhor entrevistador da televisão brasileira: Roberto D´Ávila. Tão galã que parecia saído de um filme francês dos anos sessenta.

Cliquem e sigam as oito partes: http://www.youtube.com/watch?v=e6WA_lyUHws&feature=related


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A rainha do Império Serrano com os súditos a seus pés


Dona Ivone Lara sai num dvd caprichado, como ela merece em sua majestade e nobreza. "Canto de rainha" é um show tomado por um apostolado em torno da cantora e compositora. Zeca Pagodinho, Caetano, Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Jorge Aragão, Bruno Castro, Délcio Carvalho e Gil derramam-se em salamalaques e fazem duo com a a divina dama do Império. À medida em que rolam os sambas, do miudinho ao mais assanhado, a gente vai ouvindo e vendo besta: "mas essa é dela também? Quando vejo essa gente bronzeada reunida não tenho como não me lembrar do Roberto. Do crítico e escritor Roberto M. Moura, morto bestamente há cinco anos. Um sobrinho que era praticamente meu irmão e que entendia de samba, de Rio de Janeiro e de morros como poucos.


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O mínimo nunca foi o máximo

Dilma venceu ontem a questão do salário mínimo a 545. Ou melhor, o governo venceu.

Perderam os trabalhadores? Descumpriu-se um pacto? Cartas para a redação.

Nada desfaz minha visão racional dessas coisas de dinheiro. Penso, então, que um governo com o tônus já histórico de se voltar para os que antes não mereciam respeito, não iria, de repente, dar uma de cruel.

Quem me esclarece não é um economista, é Elângena. Minha secretária para assuntos de fogão, de roupa passada, de gôndola(?) de supermercado com arroz e feijão e de vida difícil. Especialista em salário mínimo e suas derivações.

- "Sr. Carlim, não adianta eles aumentarem pra seiscentos por que a gente não vai mais comprar saco de 5 kg arroz a 8 reais e vai ter desemprego"

Cada vez mais torço para que ela me abandone, deixando pra trás sua condição de empregada doméstica.

Cada vez mais me preocupo de ter que enfrentar as tarefas diárias sem ela.

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Quer dizer que o Lula vai ao Rio pra se encontrar com a Conceição e com o Chico ?

Que inveja!

Não pelo sambistazinho quem te viu, quem te vê, fubá de todo dia, metido a jogador de futebol. E a escritor.

Mas pela portuguesa desgovernada, cheia de lucidez descompassada, desesperada pra fumar seu cigarrim diante das câmeras.

Não sei se tem - se tem, me informem - uma biografia alentada e corajosa sobre Maria da Conceição Tavares. Se tiver eu compro.

A que chorou e se derramou no Plano Cruzado, a professora dos autores: inclusive dos que fizeram o Plano Real.

O plano que o FHC e a tucanada dizem que é deles, ninguém tasca, eu vi primeiro.



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pitacos do Mourinha*


Por Carlos T. Moura

Mirem-se no exemplo dos egípcios

Blog de Augusto Nunes (na Veja e no Noblat)

“Mas a rebelião popular no Egito também ensinou que é possível fazer pela internet o que os políticos e os partidos não podem ou não querem fazer.”

O Augusto Nunes desta vez acertou. Não subestimemos a força e a resistência da internet, como no Egito. Se não fossem os blogs "sujos" espalhados pelo Brasil, jornalistas como ele - e os órgãos a quem pertencem - teriam imposto uma verdade única durante as últimas eleições presidenciais. E até hoje o país estaria acreditando naquele objeto voador não identificado na cabeça do Serra, que o celular da Folha " filmou" para o JN.

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Merval Pereira comenta foto oficial colorida da Dilma e diz que João Santana (o marketeiro) quer torná-la “ rainha” e aproveita pra palpitar em economia.

O país do Merval é uma ficção, das que ele cria diariamente para destilar seu fel com relação a tudo que for de Lula, PT, Dilma ou quem mais que não agrade à linha de seu jornal. Haja vista essa bobagem de retrato colorido de " rainha" (logo Dilma, o que prova que ele desconhece a biografia dela!), pretexto para no final pintar um retrato em preto e branco do Brasil, à sua maneira. Qualquer economia sofre solavancos - vide crises recentes com EUA, Japão, Alemanha etc. Daí a necessidade de ajustes. Se tudo fosse um mar de rosas, não precisaríamos de governos (leiam também o que escreveu no blog o Gabriel Marques - só falta o Garcia - lá da Alemanha):

Nome: Gabriel Marques - 15/2/2011 - 15:18

"Com seu colorido infantil e estereotipadamente tropical, objeto de desejo de novos-ricos em geral."
hahaha, ri muito. Se o autor (Sr. Pereira) ler este comentário (eu gostaria), pense no seguinte:
Só essa frase já antecipa um artigo desconsiderável, de segunda! Ao escrever sobre algo, você tem de ter SERIEDADE! EMBASAMENTO! O artigo é cheio de AR! Você tentou chegar ao nada, vindo do nada. Espero que não muitos se deixem formar a opinião por isso.

PS: leia algum dia jornais da Alemanha (moro aqui). tente aprender."

E eu botei mais lenha:

Ao Gabriel:

Mas quem são nossos limitados cronistas para aprender com jornais alemães, franceses, ingleses.?

Nem é mesmo uma questão de língua. É pura incompetência, pura parcialidade. Já foi o tempo em que tínhamos um Castelinho, um Márcio Moreira Alves.

Um Merval Pereira vai ter que comer muita poeira pra chegar na rabeira de um cronista alemão.


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Promotoria investiga secretário do PT. Você liga? (do blog do Noblat)

Eu ligo sim, quero saber de tudo apurado. Mas como gosto de jornalismo honesto, queria que o jornal também ouvisse o acusado e lhe desse o mesmo espaço para se defender, se for o caso. Não vi, no texto publicado, qualquer menção a isso. É assim que age a imprensa civilizada, para evitar que leitores condenem as pessoas com base só em denúncias e investigações e não em julgamentos.


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Dilma pode aumentar impostos em 2012

Para economistas, elevar a carga tributária é a única saída para fechar as contas

Raquel Landim, O Estado de S. Paulo

Estilo da riquíssima imprensa brasileira: com base numa imagem catastrofista, um jornal insinua que Dilma "pode" aumentar impostos em 2012 e induz seus leitores a acreditar nisso. Ou seja: após o diagnóstico de dois economistas, ficamos combinados que a CPMF poderá voltar e que medidas tais e tais serão tomadas.
A quem decide - Dilma e seus ministros - nada foi perguntado.
Isso é o que podemos chamar de imprensa minimalista, ou seja, do mínimo para se chegar ao nada.

* Os pitacos foram inseridos nos comentários dos blogs citados.