Esse é o Blog da Família Sereno, mas também dos Mouras, Maias, Cardosos, Araujos...
sábado, 30 de outubro de 2010
Veja o que Moura escreveu e que O Globo meteu a tesoura (em 30 out)
Na reportagem interna da página três O Globo informa claramente que..."
A grande imprensa brasileira se acomoda cada vez na camada de pré-sal dos esgotos
(Carlos T. Moura)
Moura x O Globo - Censura até aos assinantes (em 30 out)
O Globo publica na edição de hoje um email sobre a " interferência" do Papa nas eleições, que enviei em 29/10, fazendo cortes injustificáveis no original que escrevi.
O que me espanta (ou já não me espanta?) é a desfaçatez com que esse peródico trata as críticas de seus leitores. Omitiram justamente a parte mais importante de meu protesto, ou seja, o preâmbulo em que questiono o parcialismo eleitoreiro desse jornal. Sem contar passagens e termos posteriores em que provo a desavergonhada manipulação de palavras nas manchetes. Todas impressas com tipologia gigante e que se contradizem nas reportagens internas.
Se é para mascarar minhas palavras, prefiro que não as publiquem. O Globo - que tanto pavor tem de uma nova lei de imprensa, acusando-a prematuramente de cerceadora da liberdade de expressão - não tem o direito de censurar o pensamento de ninguém. Se vocês agem assim com seus leitores e assinantes, que são a razão da existência do jornal, imagino o que devem fazer com seus redatores.
Com isso, ficou claro que o jornal perdeu definitivamente o respeito a uma importante parcela de seus leitores.
Atenciosamente,
Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG
Emir Sader fala dos céticos e dos cínicos
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=595
28/10/2010
De céticos e cínicos
Algumas vozes espalham o ceticismo na imprensa, nas universidades, de repente passam do ceticismo ao cinismo, já não importa nada, tudo é ruim, cambalache, tudo é igual, o mundo vai para o pior dos mundos possíveis.
Foi uma atitude que foi amadurecendo ao longo das ultimas décadas, passou-se a achar que o século XX foi um século muito ruim para a humanidade, o pior dos séculos, etc. Uma atitude de melancolia, de desencanto, de desânimo, de abandono da luta, traduzida no ceticismo, na crítica, que se alastra para jovens gerações, precocemente envelhecidas.
Todos os governos, todos os partidos, todos os processos traem, decepcionam, se corrompem. O socialismo teria dado em totalitarismo – e se soma nisso à direita. Os sindicalistas só querem defender seus interesses. A esquerda e a direita são iguais, etc., etc.
Como as teorias parecem ser maravilhosas e as práticas concretas, não, preferem ficar com as teorias – se possível, misturando um pouco de Nietzsche, de Foucault, de Tocqueville. Pronto, o pessimismo está constituído como visão trágica do mundo.
Encontra-se lugar na velha imprensa para escrever, contanto que não se critique a própria velha imprensa, e se concentre em criticar a esquerda – a URSS, Cuba, a Venezuela, Lula, o PT. Terminam fortalecendo o desinteresse pela política, fortalecendo a direita e desalentando os jovens, enquanto ainda mantêm seu prestígio com eles. Depois de um certo momento já se confundem diretamente com a direita.
O ceticismo pode ser liberal, certamente não é marxista. O marxismo parte da realidade concreta, mas sempre na perspectiva da sua transformação. Esse pessimismo, somado ao catastrofismo, fortalece o mundo tal qual ele é, promove a impotência diante da realidade.
Uma análise dialética da realidade supõe a apreensão das contradições que articulam o concreto, desembocando em linhas de ações e não na perplexidade, na impotência, na passividade, na melancolia e no ceticismo.
No momento em que o povo brasileiro, no seu conjunto, pela primeira vez, começa a melhorar substancialmente suas condições de vida e o expressa em um apoio como nenhum governo teve, é triste ver uma parte da intelectualidade de costas para o povo, melancolicamente continuando a pregar que tudo está muito ruim, pior do que antes, brigando com a realidade, em um isolamento total em relação ao povo e ao pais realmente existente.
O otimismo, por si só, não é revolucionário, mas todos os grandes líderes revolucionários foram e são otimistas, porque acreditam sempre nas possibilidades de transformação revolucionária da realidade. Enquanto o ceticismo leva à inação e, muitas vezes, até mesmo ao cinismo.
Postado por Emir Sader às 18:22
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Moura x O Globo: Habemus Papa! (em 29 out)
Confesso que não consegui entender a manchete de O Globo hoje estampada na primeira página. O que significa "´pressão de bispos dá certo"? Dá certo para quem? Para a campanha de José Serra ou de Dilma?
Também estranhei que a menção de que o Papa estaria interferindo na eleição brasileira não fosse acompanhada de, pelo menos, um questionamento editorial. Considerando-se que o Estado brasileiro é laico, é estranho que um chefe de outro Estado - o Vaticano - possa vir a interferir, por ser o líder católico mundial, numa eleição daqui.
Se isso fosse verdade - e felizmente não é - teríamos que considerar também como válidas as interferências da Igreja Universal, da Assembléia de Deus, da Igreja Batista e demais segmentos evangélicos do país.
Que religião adotaríamos como a oficial? . Propor também o ensino religioso nas escolas públicas de um estado laico é um disparate e um desrespeito à nossa constituição.
Na reportagem interna da página três O Globo informa claramente que Bento XVI disse que o episcopado "tem o grave dever de emitir juízo moral, mesmo em matérias políticas". Sem mencionar diretamente a eleição brasileira.
Se o Vaticano quisesse de fato interferir em nossa eleição - como alardeia a manchete - teria que franquear também ao Estado brasileiro o direito de botar uma lenha na fogueira que solta a fumaça nas eleições papais.
Carlos Torres Moura
Moura x Um Ph.D
Meu caro Demétrio Magnoli,
Seu artigo na no Globo– Um mito de papel - chega a ser assustador. Uma desconstrução teórica, recheada de cópias dos clichês disparados pela grande imprensa. Vestido com o fraque do academicismo e com uma profusão de desconsiderações contra Lula, o PT e a esquerda. Mas, principalmente , contra a maior parte da população brasileira. A que não lê manchetes, muito menos graduados articulistas bissextos.
Quando digo assustador é porque, a cada dia que passa – e especialmente durante esta eleição – uma avalanche de textos na mídia me exibe pessoas que parecem habitar um país diferente do meu.
A começar pelo título. Você é outro que decidiu se apropriar da História. Sem contar a total falta de acuidade e de isenção para analisar a figura do presidente.
É muito difícil para alguns próceres da imprensa e da “alta inteligência” brasileira entender Luís Inácio. Ele não nasceu para prestar conta ao jogo de xadrez mental dos doutores. Lula é o caboclo que fala fundo, falando o raso. É um personagem sagaz, esperto, desculturado e permanentemente humano em acertos e erros. Um sujeito assim, assim, roseano do sertão de Pernambuco, cabra da peste pendurado num poste que não era para ser seu. Querer transformá-lo em mito nunca foi o mote de sua platéia. Lula é um emblema.
Seu texto, carregado pela erudição emparedada por citações e significados, tem a arrogância típica dos escritórios. Mas, quando precisa, desce fácil à linguagem dos bordéis, rebaixando os personagens que não lhe agradam: Dilma Rousseff, candidata a presidente, virou duas vezes a “mulher do Lula”. O carimbo que você lhe põe é típico de sua classe, Demétrio. Não repito arrogância para não ficar redundante. Dilma Rouseff tem nome.
O Brasil que frequento não sai nas páginas do Globo. O Brasil tingido, escrachado, cujos coadjuvantes deveriam ser os protagonistas, só tinha lugar no tanque e na pia da cozinha. Agora entrou na sala. Este é o Brasil que admira Lula. É o da mesma raça dele: brincalhão, gaiato, zombeteiro, carinhoso e às vezes brigão. E muito ruim de palavreado. Quando leva uma televisão pra consertar não fala que está estragada, fala que está “sem feição e sem proseado”. Ou seja, sem imagem e sem som. Pra entender isso é preciso ter comido calango rosado de Minas ou pastel de posto de gasolina em Juazeiro.
Um Brasil às vezes vaidoso que, em sua pobreza simbólica, pede um presente de aniversário. Como Lula fez.
Não exagere, Demétrio. Tem coisa pior no mundo.
Seria mais fácil, quando você simplifica a esquerda brasileira, dar logo nome às reses. Aos meus ouvidos parece que você quis dizer Niemeyer, Aldir Blanc, Ziraldo, Eric Nepomuceno, Leonardo Boff etc. Transcrevo: “pela vertente dos intelectuais de esquerda que renunciaram às suas convicções básicas(...) Eles retrocederam à trincheira de um anti- americanismo primitivo e, ecoando uma melodia tão antiga quanto anacrônica, celebram uma imagem de um líder salvacionista que fala ao povo por cima das instituições da democracia.”
Ora, Demétrio, quantos chavões! Lula sempre foi um democrata, do chapéu às meias.
Você só deve ler os jornais das quatro famílias (por falar em família, lembrei-me de Marlon Brando). Vá na internet, descubra onde está hoje a imprensa independente do Brasil. A única pessoa que você deu nome, ao falar da esquerda, foi a Marilena Chauí. Rebaixando-a imediatamente a “pós-mensalão”. Saco de pancada fácil, feito o José Dirceu. Marilena vai ser, na História, com todos os seus defeitos, uma expressão brasileira. Nítida e beligerante como sempre o foi.
Não adianta seu vaticínio, ninguém mais arranca isto dela. Sugiro: desanque o Chico Buarque. Tire a toga, Demétrio.
Você fala em jornalismo honesto e eu pergunto: qual? O que você lê e o que estampa a vinte quatro quadros por segundos qualquer farsa que lhe for conveniente? O casal da Globo vibrando diante de uma foto borrada lhe traz mais prazer do que uma bolinha de papel quicando na cabeça de um político que se deixou ridicularizar ao longo da campanha?
Demétrio, não importa o resultado de domingo no qual, pelo que vejo, você opta pelo Serra ou pelo voto em branco.
Importa é que você , com todos seus considerandos e finalmentes, não vai ser outro a tentar rebaixar Lula à poeira da História.
E acrescento: Lula não “urra”, Lula grita. Erudições e submissão de Lula à sua crítica – e à de milhões de brasileiros- é uma pretensão pra cair no vazio.
Eu me apresento como Carlos Torres Moura, aposentado, 62 anos, segundo grau, artigo 99. Ex-bancário. Não para me fazer de humilde ou inferior. Só como referência. Lamento que O Globo – e a imprensa que carrega o ranço do baronato – crave no final de cada artigo uma identificação de antemão qualificatória: Demétrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia Humana.
Já passou da hora de os brasileiros desqualificados deixarem de abaixar a cabeça por serem pedreiros, bancários, comerciários, açougueiros, camelôs, empregadas domésticas, comerciários, pipoqueiros, entregadores de pizza, porteiros de edifício, diaristas, comerciantes, padeiros, frentistas, operadores de telemarketing, faxineiros, lavradores, palhaços de circo, professores, carteiros, catadores de lixo, biscateiros, policiais, estivadores, garçons, camareiros, bombeiros, comerciantes, eletricistas, lanterneiros, marinheiros......
Carlos Torres Moura
Além Paraiba-MG
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Os números falam por si e a conclusão, sobre a qual tenho minhas dúvidas, é do autor:
http://www.joelmirbeting.com.br/noticias.aspx?IDgNews=2
Na economia brasileira, não há como uma eleição depois de outra. No segundo turno de 2002, estávamos no fundo do poço. Agora, no melhor momento em 40 anos.
Em 2002, inflação de 12,5%; agora de 5,1%.
O dólar, de R$ 3,94 para R$ 1,70.
PIB de 2,7% para acima de 7%.
Desemprego, de 12,7% para 6,2%.
E o chamado risco país, acima de 2.400 para 174 pontos, hoje, o menor da história.
Não é para menos.Desde 2007, o Brasil desfila crachá de grau de investimento recomendado pelas agências internacionais de classificação de risco de crédito de países, bancos e empresas. Vai daí que os negócios em geral não registram no radar a passagem da sucessão presidencial.
Com Dilma ou com Serra, a economia ensaia para 2011 um desempenho ainda melhor que este de 2010.
(27/10/2010)
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Moura para Jabor em 19 out 2010
Seu artigo de hoje - A difícil missão de Dilma Rousseff - volta carregado por todos os seus vícios e desprovido de qualquer virtude, pois você é durão, do "mal", de escrita priápica. Virtude é coisa de veado.
A temática é monocórdica, a de sempre, as elipses saturadas, as exibições pirotécnicas de circo de cavalinhos. Boi do asfalto chifrando Lula, touro enfezado babando na "canalha" do PT. No entanto, em todos os finais suas patas sempre ciscam pra trás e você enrola o rabo por mais uma semana no curral, pra voltar a zanzar no mesmo círculo na seguinte.Mas isso não importa, seja durante ou depois de eleições. Este é o script que lhe paga os salários e as conferências para executivos abonados, pois você vive das migalhas monotemáticas que o petismo lhe joga pelo caminho.
O que importa é que você, como eu disse num email anterior, deve sofrer o diabo por não ser Gláuber, Nélson Rodrigues ou Paulo Francis. Então acorda, olha-se no espelho e, sob seus três metros de prepotência e de falsa alta cultura , sai galopando em busca das mesmíssimas vítimas.
Sua coluna prova que os Mesquitas e os Marinhos já tiveram melhores serviçais.
Jabor, cuide de sua saúde. Cuide do que resta de seu talento. Você não precisava roubar frase do ACM sobre o Michel Temer, como fez hoje, achando que está fazendo gracinha em primeira mão ("mordomo inglês de filme de terror").Você não precisa usar ad nauseam o nome do Zé Dirceu só porque o fantasma daquele ladrão de galinhas cubano dorme todas as noites contigo.
Seus leitores cansaram, volte a falar de Fellini e da sequencia imortal de Broadway Melody of 1940. O que já era ridiculamente cômico durante um tempo agora ficou patético.
Hoje você fez mais uma de suas denúncias vazias, genéricas, etéreas e com bois anônimos. E esta foi gravíssima, deveria levá-la à Polícia Federal e, se achar que ela também pertence ao Lula, à Interpol. Você derramou, no inconfundível estilo espora-de-soltar-faíscas, a seguinte diarréia verbal: "... roubalheiras revolucionárias dos fundos de pensão que já mandaram para o exterior bilhões em contas secretas."
Ainda bem que é o pessoal do PT. Se fosse na era FHC você estaria estrepado. Lembra do Francis e do processo que os diretores da Petrobrás lhe moveram por denúncia irresponsável em pleno período da plumagem tucana? Francis passou a piar fino e fez tudo pra tirar o processo da corte americana e trazê-lo para o Brasil. Porque lá a cana canta, aqui nem sempre. Foi salvo pela morte no meio do caminho, coitado.
Vou encerrar e lançar um desafio de macho, pois sei que você não leva desafetos para a sala: duvido que escreva um artigo chamando na chincha a cambada de intelectuais que ontem cravaram Dilma na alma e no voto. Um Niemeyer aqui, um Chico ali, um Barretão acolá, um Carvana em baixo, um Fernando Morais em cima, um Gil na soleira. Trate-os no mínimo como bandidos coniventes, como corja de desocupados, como malta do " aparelhamento petista do estado ". Se não o fizer, é mulher do padre.
Topas?
Carlos T. Moura
Além Paraíba-MG
ctmoura2002@yahoo.com.br
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Moura x Miriam Leitão em 26 out ("Imprensa em foco")
Comparar questões de segurança nos EUA - papéis do Pentágono, guerra no Iraque, segredos de estado - com a discussão sobre imprensa x governo no Brasil é um exagero desproposital. Não é este tipo de " censura" que está em jogo entre nós.
Seu artigo é interessante, porque vale pro outro lado da moeda. Quando, por exemplo, você fala da resistência dos blogueiros e twitteiros em Cuba. Você já viu que está acontecendo o mesmo no Brasil?
Só que aqui os internautas não resistem ao governo, mas ao poder absoluto que a imprensa (para a qual você trabalha) ganhou nos últimos tempos. Ou melhor, tomou.
Nossa grande imprensa raramente ouve os acusados, nunca dá direito de resposta, apoia candidato sem declarar, não publica uma carta que faça reparos a erros grosseiros em manchetes e matérias, não alardeia na primeira página resultados favoráveis a seus desafetos. Vocês são deuses e não sabíamos.
Controle não é necessariamente censura, Miriam. Existem leis de imprensa em qualquer país civilizado, quem sou eu pra te ensinar. O que é nefasto é o fato de quatro famílias dominarem a informação nas duas maiores cidades do Brasil, uma delas sendo dona de jornal e da maior rede de televisão do país. E ficar tudo por isso mesmo.
Tudo tem controle: a justiça e a polícia têm suas corregedorias, as concessionárias de serviços públicos têm as agências, a publicidade tem o Conar, os profissionais liberais têm suas Ordens e Associações, os administradores públicos têm os TCUs, o presidente tem o Congresso e o STF e por aí vai.
Vivem exigindo que Lula peça desculpas por suas verborragias públicas, mas vocês só se retratam quando a justiça lhes põe a canga da lei. Venho fazendo seguidas correções ao Globo e uma até a você (quando publicou que Dilma perdeu no primeiro turno no RS). Todas caíram no poço da indiferença. Deuses.
Ninguém é dono da voz do mundo, nem Lula, nem vocês. E democracia pra valer é moeda rara, Míriam.
Quando você diz que os governantes não devem fazer tão pouco da inteligência dos jornalistas, eu replico: que vocês também não façam da nossa.
Com consideração,
Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG
Moura x Merval - O histórico e o histérico em 26 out
Parabéns pela segunda edição de seu livro "O Lulismo no poder", cfe. você mencionou com toda modéstia na coluna de hoje*.
Pensei em comprá-lo - pois sou seu leitor de carteirinha. Por ser caro e muito grosso (no sentido de volume), resolvi ler as resenhas antes. Pensei que fosse pesquisa histórica mas descobri que é um arrazoado histérico. Ou seja: compilação de suas colunas ao longo dos anos. Pra mim, um dejà-vu.
Li que faz uma homenagem, no título, ao monumental Castelinho e seu "Os militares no poder". Quanta saudade dele e também do Marcito, que ocupava seu espaço com os geniais " sábados azuis". Jornalista político que sabe escrever é uma raça em extinção. Ou melhor, já extinta.
Nas resenhas dos sites leio que você faz um " registro da história em tempo real". Não é possível. Não se pode fazer registro histórico com um olho só. História não é para amadores.
O historiador sério pode encarar os fatos sob várias perspectivas, como a marxista do Hobsbawn. Mas não deturpá-los. Se você ler " Bandidos"" vai ver como ele " socializa" Lampião, sem mexer uma vírgula nos fatos.
Portanto, menos um freguês. Não vou fazer falta, of course. Como ler um livro de alguém que trata os acontecimentos à sua maneira e já sai narrando com o furor apaixonado em desqualificar seus retratados?
Em tempo, e ainda sobre a coluna de hoje:
- " a maior passeata da campanha de Serra" foi aquela de domingo, no Rio? Se passeata ganhasse eleição ele estaria lascado, pois a foto aérea que vi no site do Globo me mostrava a curva da Atlântica tomada por um bloco de carnaval quatro vezes menor que o da Miguel Lemos.
- atitude " republicana" do FHC na passagem do bastão para Lula? Sim, é claro, o sociólogo é um fidalgo. Mas a cara dele mostrava também muita alegria pela derrota da "mala" que ele carregou na campanha, você sabe quem, ele está aí de novo.
*Seu colega de jornal, de som e de fúria, o Jabor, também dá um show de modéstia hoje, ao promover o lançamento do próprio filme. Jornalismo no Brasil é isso.
Saudações do
Carlos T. Moura
Além Paraíba-MG
Uma aula de cidadania e de governo Lula (por João Luiz Costa Lopes)
Amigos,
Não mandei a mensagem para ser agressivo ou xarope, mas por que acredito que há bom humor também neste momento.
O Blog do Professor Hariovaldo, para mim, é um antídoto a este azedume que virou esta campanha.
E aqui deixo claro: por parte da campanha de Serra e seus milhares de emails falsos e acusações mentirosas.
Estou espantado com a quantidade de asnices que assacaram contra a Dilma: ora é homosexual, ora é abortista, ora é presa condenada sem poder ir aos EUA, ora é cumplice de Erenice, ora é terrorista, enfim... uma campanha de desqualificação, raivosa e cheia de ódio.
Ao contrário de vocês, e com todo o respeito a suas opiniões, não acho que a Dilma seja um cavalete. Acho que inclusive ela se mostrou excepcionalmente qualificada para o exercício da função mais importante do governo Lula que era a execução do plano de ação. O lula é figura política das mais importantes, mas Dilma é a executora do plano. Confesso que esta visão tive em profunda e demorada conversa com o Guilherme Amintas, que trabalhou com ela no Ministério e disse que ela é MUITO, mas muito competente no que faz.
No plano político, que é o mais importante, para mim não há dúvida: o governo tem plano para o futuro. Tem PAC . Tem descentralização de conhecimento. Tem crescimentos regionais expressivos. Tem políticas de inclusão para pessoas de baixa renda. tem preocupação com escolas, faculdades, professores e servidores públicos, Tem uma visão diferente de Estado, onde é agente indutor e não regulador. Teve compromisso em proteger a riqueza do petróleo e não de entregá-lo a iniciativa privada. Tem uma visão menos economista e mais estadista da nossa nação.
Se antes todos os investimentos eram direcionados ao Sul sudeste, hoje há uma alteração deste eixo e o nordeste começa a ser um agente importante de desenvolvimento.
Se tiver oportunidade entre nos planos do PAC, e lá vais ver um projeto de futuro, com integração regionais com modais distintos, com portos, aeroportos, ferrovias, e isso com obra e empregos verdadeiros e com impusionamento do nosso gigante adormecido. Há emprego e há melhor renda. Não falo isso da boca para fora. Falo isso pelo meu frentista Gabriel, que tá de carro novo e com casa do minha casa minha vida. O que eu sempre quis de país era que melhorasse para quem precisa e isso está acontecendo.
Vejam o caso dos projetos do cisterna (no Nordeste) e do luz para todos. Dos catadores de papel (recicladores) todo Natal com o presidente Lula. Vejam o discurso do catador de papel na cerimônia de entrega da lei dos residuos solidos... Vejam os discursos da primeira turma de médicos formados pelo pro-uni. Mas isso só na internet.
No caso da educação, tenho em casa uma Professora Universitária muito feliz, que dá aula para alunos do Pro Uni... que quando era da Unicemp teve aluna que era vendedora da loja de sapato, que estudava por este programa de governo com os filhos dos burgueses na universidade positivo e que hoje faz mestrado em Salamanca com bolsa por boas notas.
No agradecimento, ela fala que agradece a Luis Inácio pela oportunidade.
Falo pela Josi,,, diarista de minha mãe...que sustentava sozinha a casa anos atrás, porque não tinha emprego para o marido... Hoje todos trabalham naquela casa. A casa está quitada e registrada em seu nome... tem luz, agua, carro e todos os eletrodomesticos que eu tenho em casa... Foi Além: este ano comprou seu terreno no praia e começou a construir.... É evangélica e toda hora me pergunta se é verdade o que dizem na igreja.... que a Dilma é isso ou aquilo.
Falo por gente que tem oportunidade hoje... que parece tão comum... Mas não era até bem pouco tempo atras. Antes, oque nego gostava era do exercito reserva, a disposição para ser mão de obra barata... Hoje escuto em reunião do Sindicato de combustível (do fregonese NOX) que ninguém quer trabalhar para receber bolsa família... meu, isso é uma mentira e uma vergonha que chega a dar pena de quem pensa assim ( alguém troca o que ganha hoje, trabalhando, para ficar em casa por 200,00 mês ?)
Tenho discutido aqui no escritório com estagiárias que tem 18 anos... que quando o Lula foi eleito tinham 10 anos... e elas acham que sempre foi assim. Que tem emprego e que renda sempre foi essa. Ganho real e política de melhoria de salário é fenômeno recente... A regra era o arrocho e a ameaça de que não se poderia perder o emprego, porque era dificil arranjar outro. Sabe o que vejo: como ando de ônibus em Curitiba vejo em todos os terminais anuncios com ofertas de trabalho. Em todos. Vejo na loja de recursos humanos um mural cheio... Tem vaga para o povo trabalhar... e as vezes não tem gente para ocupar as vagas...
Vejo uma diferença e um norte para seguirmos... Hoje, andando em Curitiba você percebe que em toda a quadra da cidade existe uma construção... Uma obra nova ou reforma... é só observar... Mas isso é coisa do governo? é evidente que é... Este governo transmitiu otimisto e confiança ao povo... Hoje o povo empresta dinheiro para fazer obra porque sabe que vai pagar.... é um ciclo excepcional que está diante do nosso nariz. Ter dinheiro, ter crédito, ter planos de longo prazo são fatos novos, que há muito não aconteciam. E isso pode melhorar, porque vem a Copa, porque vem Olimpiada, porque pode vir para cá muito e muito de bom que o mundo conhece e que aqui só a elite conhecia... Até o lazer, férias... são férias lotadas e oportunidades... gente viajando de avião pela primeira vez na vida e financiando o plano nas Casas Bahia...
É um país diferente e será que eu sou tão tolo assim que não consigo ver todo este pessimismo estampado nos jornais e nos noticiários? será que estamos em crise mesmo ? Ou será que estes jornais somente querem o que sempre quiseram... seus amigos no poder e as benesses que isso significa... Tenho uma lista de blogs para indicar aos amigos... uns que analisam as notícias dos jornais, outros que analisam os contratos da imprensa com o governo do PSDB, outros que defendem Lula e o governo e que geralmente parecem mais com o que penso do que aquilo que vejo na TV ou nos jornais.
Acho que neste ano teve dois fatos marcantes, políticos mesmo, que me fizeram mudar o conceito do governo:
2) Lançamento do primeiro navio na retomada da construção naval brasileira... preparando o futuro, preparando o pré-sal e preparando conhecimento.
Quando vi a entrevista do presidente da transpetro e ele dizendo o que entendiam da industria naval ... como o Lula pensou a coisa... como ele exigiu que fosse feito investimento,,, e como o Brasil estava atrasado entendi o que era planejamento....
Em resumo ele disse que a industria do mundo hoje entrega um navio com construção em SETE blocos. Que o Brasil, na época do sucateamento estava fazendo o mesmo navio em 300 blocos e que se fosse assim seria suícidio... Só se poderia fazer com tecnologia nova e parceria... Hoje o Brasil está fazendo NAVIO com 12 blocos... sabe o que isto significa: que não é birra, é estratégia internacional para ser competitivo, ao mesmo tempo que é aqui que está sendo feito.
São dois exemplos de alteração de foco... De perspectiva de futuro... de tratamento diametralmente oposto ao que os do ládodelá pensam: estrategicamente eles pensavam: é mais barato na China, vamo bora comprar lá.... Esta era a estratégia do Brasil.... A empresa produz luz? azar do meio ambiente, peixe e agua...
Quanto a todos os preconceitos que se tinha antes e que se manifestam agora o que há de concreto é exatamente o contrário do que pregam... Melhor explicando: acusavam que o PT ia quebrar o Brasil, que ia ser a anarquista comunista, que era ditatorial, que era o demônio... que ia ser uma vergonha lá fora ter presidente que não falava ingles (e mal falava portugues) Enfim : que ia ser um desastre....E acho que os fatos desdizem tudo o que disseram antes: O brasil não virou uma baderna, é altamente respeitado lá fora, cresceu, enfrentou crise, pagou o atrasado ao fundo, mudou a lógica de investimentos, fez fundo soberano, tem reservas, não é uma ditadura, tem liberdades de religião, imprensa, opções, enfim, tem tudo que o bom aqui que é a convivência de vários povos. São oito anos desdizendo tudo que afirmam que acontecerá de errado.
Nesta trilha há sempre pessoas que criticam... vejo agora o vídeo de Diogo Mainardi e de Marcelo Madureira... com as suas opiniões carregadas de ódio... tudo bem, é a opinião deles, mas não concordo com elas. Entendo bem ao contrário: sempre pautei os exemplos da minha vida por pessoas que de fato fazem coisas pelos outros... neste quesito entendo que há dois lados -- os que fazem alguma coisa e os que criticam, que dizem que pode ser melhor... Meu exemplo de vida neste caso tende a ser o Lula que de fato faz coisa pelos outros... e não estes outros dois seres que só criticam mas nunca produziram nada de útil a quem realmente precisa. Igual a eles leio e escuto vários todos os dias.
Nesta eleição entendo que existem lados bem definidos. E o ladodelá chama Dilma de terrorista. Quem enfrentou a Ditadura militar, colocando a sua própria vida em risco, para lutar por liberdade, democracia e especialmente por direitos do próximo EU SEMPRE CHAMEI DE HERÓI. Meus heróis e como eu os definia não mudou um centímetro.
Não me acho capaz de dar lição de moral a ninguém... Mas acho que tem pessoas que por fazerem a diferença na vida dos outros deveriam ser ouvidas.
Por isso acho que é meu dever citar a entrevista do Dr. Nocodelis.. Um Brasileiro que faz a diferença e que entendo muito mas muito qualificado para propor o debate no nível que eu gostaria de ver.
Não quis ser arrogante nem raivoso e nem querer explicar nada a ninguém. Somente explico minhas razões para votar em Dilma 13 nesta eleição, sem qualquer dúvida.
A quem quiser replicar ou mandar email, assino com meu nome completo: João Luiz Costa Lopes (joaoluizlopes@hotmail.com)
Segue abaixo a referida entrevista:
CARTA ABERTA A FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Meu caro Fernando
No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese?
Conclusões: O plano real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.
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Aos que não tiveram acesso à carta de Fernando Henrique segue abaixo seu conteúdo:
CARTA ABERTA DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO A LULA / PT